A visão Wagneriana acerca da Batalha Espiritual

Estive lendo o “maravilhoso” livro do “apóstolo” C. Peter Wagner intitulado “Confrontando a Rainha dos Céus”. Para aqueles que não sabem, C. Peter Wagner (esse camarada da foto com uma barbicha de bode) é considerado o restaurador do movimento apostólico e um dos fundadores da Rede Internacional de Batalha Espiritual.Enquanto lia esse livro, eu quase cai da cadeira, sinceramente, as coisas que ele fala seriam engraçadas se não fossem trágicas. Quero analisar juntamente com você, à luz da Bíblia, as “visões” desse homem. Esse livro citado foi, ao que me parece, lançado em 1998, sabendo que já tem mais de 10 anos, logo, muito provavelmente, ele já é de domínio público, podendo ser baixado livremente (é até melhor você baixá-lo, pois se comprar, você perderá o dinheiro) no site www.scribd.com (é necessário o cadastro para poder baixar).
Logo na introdução do livro me deparei com algumas pérolas de sabedoria neoapostólica:

“ O Corpo de Cristo chegou a um patamar hoje que não tem semelhança a qualquer outro momento na história da Igreja. O próprio Livro de Atos não relata os tipos de ministérios surpreendentes que estamos vivendo em muitas partes do mundo. ”

Por que será que o livro de Atos não relata acerca desses “fantásticos ministérios”? Será que é porque eles não existem? Será que é porque a Bíblia não os apoia? Em I Co 4:6 diz que “Não devemos ir além do que está Escrito”, logo se não está escrito na Bíblia, ao se executar esses “ministérios” , a Bíblia deixa de ser regra de fé e prática.

“ Até agora Deus nunca confiou a Sua Igreja o nível de batalha espiritual que se vê hoje em todos os continentes. Nem tínhamos vocabulário para descrever o que acontece corriqueiramente, termos como: batalha espiritual em nível estratégico, mapeamento espiritual, arrependimento por identificação, evangelização por oração. A questão de kairos - o tempo de Deus, nos faz uma pergunta: porque Deus esperou até agora para liberar o comando a Sua Igreja para um assalto maciço contra o império de Satanás? Eu creio que a resposta para esta pergunta crucial se encontra no fato de ter-se estabelecido o governo autêntico da Igreja em geral novamente durante os anos 90. Durante os anos 80, o ministério profético foi levantado dentro da Igreja e começou a encaixar no seu devido lugar na vida e ministério do povo de Deus. Nos anos 90, apóstolos começaram a surgir e ser reconhecidos legitimamente pelas igrejas. Nós lemos em Efésios que Jesus "concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres..." (Efésios 4:11) A igreja tradicional reconhece o ministério de pastores, evangelistas, e mestres há séculos. Só recentemente tem aceitado profetas e apóstolos. Contudo, com apóstolos e profetas já operando, Deus está confiando à Sua Igreja tarefas de alto nível que não víamos anteriormente. ”

Espera ai! Será que C. Peter Wagner considera que o ministério neoapostólico tem a mesma autoridade que o ministério apostólico bíblico? Sinceramente, o MCIR (Ministério Cristão Interdenominacional para a Restauração) é um ministério apostólico indepentente (não ligado a convenções ou Redes apostólicas), mas jamais pensamos ter a mesma autoridade que os apóstolos bíblicos a ponto de querermos lançar novas bases. C. Peter Wagner está falando de ministérios nunca estabelecidos nem mesmo nos períodos mais remotos da história do cristianismo. Onde ele encontrou essa história de mapeamento espiritual?e batalha espiritual? A resposta é muito simples: ele está lançando novas bases e pregando uma espécie de novo evangelho contrariando Gl 1:6-9.

“Alguns pensam que não há muito que podemos fazer para mudar isso, mas há. Paulo diz que "nós não somos os ignorantes dos ardis de Satanás" (II Co 2:11). Deus tem nos dado o escudo da fé e a espada do Espírito (Ef 6:16-17). Nós estamos prontos para a batalha assim que o comandante der a palavra para avançar. Ele liberou o comando para confrontarmos a Rainha dos céus. Este livreto vai contar como este comando foi liberado e como Deus espera que Seu exército se mova em batalha. ”

Certamente, conhecemos os ardis no inimigo da nossa alma, mas se os conhecemos é pelo que a Bíblia fala e não pelo que um apóstolo extra-bíblico diz. Quando Deus liberou o comando para avançarem contra a Rainha dos céus? Não encontro esse comando dentro da Bíblia.

“O que Paulo fazia durante aqueles dois anos? Ele estava envolvido em batalha espiritual. Havia tanto poder sobrenatural liberado através de Paulo e outros, que "Deus operava milagres extraordinários pelas mãos de Paulo" (At 19:11). Como eu gosto de ler estas palavras! Aparentemente, havia tanto poder que uma distinção era necessária entre "milagres ordinários" e "milagres extraordinários". Estamos vendo algo semelhante em lugares como a China e Argentina”

Peter Wagner talvez não tenha percebido, mas a diferença entre ele e Paulo é que Paulo era 100% bíblico e Peter Wagner tem pelo menos 90% de “apóstolo” extra-bíblico. A questão não são os milagres necessariamente, mas sim a fonte deles. Martinho Lutero certa vez disse “Que qualquer ensinamento que não se enquadrasse nas Escrituras deveria ser rejeitado, ainda que fizesse chover milagres todos os dias”, essas palavras de Lutero foram extremamente sábias dignas da minha plena concordância.

“Diana tinha sido enfraquecida e espancada severamente. Mas ela não foi tirada de cena totalmente. Paulo não tinha confrontado ela no "tête-à- tête" nem entrado no seu templo em guerra espiritual a nível estratégico. Os artífices acusaram-no de ter feito isto, mas eles não podiam provar as acusações no tribunal. Diana tinha perdido muito do seu poder por causa da batalha espiritual agressiva de Paulo a nível solo e a nível oculto. O império das trevas é interligado e o que acontece em qualquer um desses três níveis afeta os outros níveis e toda a estrutura de Satanás."

Pode ser impressão minha, mas ao que me parece nesse trecho impera um sério dualismo. O que viria a ser um dualismo? Dualismo é a doutrina que ensina acerca de duas forças opostas, de mesma intensidade, no qual qualquer uma das duas tem chances de vencer ou perder a depender das estratégias utilizadas. Diana foi enfraquecida, mas não tirada de cena totalmente? Isso quer dizer que demônios tem autoridade e poder suficiente para resistir a autoridade concedida por Deus ao Cristão? Essa afirmação de Peter Wagner doeu no funda da alma.

“Minha hipótese é que Ele [DEUS] odeia a Rainha dos céus, porque ela é o principado demoníaco que tem a maior responsabilidade debaixo de Satanás para manter os que não crêem em trevas espirituais. E muito possível que mais pessoas estão no inferno hoje por causa da influência da Rainha dos céus do que por causa de qualquer outra influência espiritual. ”

Onde está escrito isso? Infelizmente, todo o livro é baseado em uma teologia própria ao estilo do que ele pensa, o que ele acredita, e coisas desse tipo. O que eu tenho haver com suas hipótese, Sr. Wagner? Mostre ao menos alguns versículos bíblicos dentro do contexto! Chega a ser trágico os relatos do mesmo, não digo que suas atitudes sejam feitas de “má fé”, mas como se diz por ai “ de boas intenções o inferno está cheio”. Prefiro não ir além do que está escrito conforme I Co 4:6, o que está escrito para nosso ensino foi escrito... Isso é fato. Fiquem na paz.

Renan Almeida, Evangelista pela Graça e vontade soberana de Deus
MCIR


Comentários

  1. A paz do Senhor, irmão Renan...

    Você vai criar um banner? Gostaria de colocar um banner de indicação do seu blog no meu! Deus tem te usado poderosamente!

    Abraços!

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  2. sim pastor Jordanny... espero conseguir criar um banner ainda hj... assim que eu puder eu lhe passarei o mesmo. Se o senhor tiver um banner por favor me envie para que eu possa anexar ao meu blog também...
    Abraços e fique na paz

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  3. Este Post do Ev. Renan se perdeu no tempo. Hoje o assunto guerra espiritual e mapeamento, estratégias contra principados e espíritos territoriais esta mais forte e disseminado nas igrejas pentecostais. Não há hoje igrejas que não tenham seminários de guerra espiritual . Os livros de P Wagner são curriculares básicos nestes cursos.

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