Por que plantar Novas Igrejas?



Fabio Farias

Motivos pelos quais é necessário plantar novas igrejas:


* Novas Igrejas são o meio mais efetivo para o cumprimento da Grande Comissão  

Presença do Evangelho e plantação de Igrejas são fenômenos simultâneos e praticamente indissociáveis. A Bíblia registra que no inicio da Igreja Cristã, a pregação do Evangelho e a sua aceitação por parte dos gentios era seguida da formação de novas igrejas locais, que serviam como comunidades de comunhão, louvor, intercessão e estudo do Evangelho. A plantação de novas igrejas como a melhor forma de consolidar e desenvolver a Fé Cristã na vida dos novos convertidos de uma região específica é totalmente natural e obvia. Pois o Evangelho é extremamente relacional, colocando a aproximação para com as pessoas como simultânea à aproximação para com Deus, ao contrário das demais religiões que apontam o isolamento e a alienação como um meio de aproximação com o Divino. Portanto a plantação de Novas Igrejas, que sejam comunidades relacionais nas quais os novatos aprendem com os mais experientes e todos trocam frutos espirituais entre si, é o meio mais efetivo para o cumprimento da Grande Comissão.

* Novas Igrejas são mais efetivas na comunicação do Evangelho

Além da igreja local ser por natureza o meio mais efetivo para comunicar o Evangelho, a plantação de novas igrejas é um meio mais efetivo de evangelização do que os projetos esporádicos de evangelismo por parte de igrejas grandes e já estabelecidas. No Brasil temos o costume - importado dos EUA -  de buscar a formação de grandes igrejas entre 500 e 10.000 (a quem extrapole, chegando a 70.000) e a visão de que igrejas pequenas são igrejas que fracassaram no seu propósito. Isso provem do modelo evangelístico americano que dá valor as Mega Igrejas e a evangelização em massa, em detrimento das comunidades locais de pequeno e médio porte (50 a 150 pessoas) e do evangelismo pessoal baseado em genuíno discipulado.

A formação de novas igrejas faz com que o grupo que está plantando a comunidade foque totalmente no evangelismo e no ensino, sendo mais efetivos do que seriam se fossem líderes ou cristãos experientes engajados numa grande igreja. Além disso, a  plantação de novas igrejas fortalece o laço dos novos convertidos, pois todos se conhecem, todos crescem juntos na fé e todos tem um discipulado em comum (com uma ou mais pessoas), formando assim um núcleo bem fundamentado no Evangelho e pronto para desenvolver o crescimento da igreja. Por estes motivos, uma nova igreja em faze de plantação torna-se muito mais efetiva na comunicação do Evangelho do que projetos evangelísticos em massa por parte de mega-igrejas.

 * Novas Igrejas geram novas lideranças

A plantação de igrejas promove a formação de novos líderes, pois todos que se envolvem com o projeto logo aprendem e praticam o bendito mandamento de evangelizar e ensinar a todos que surgem na sua frente. Numa igreja já estabelecida, geralmente a direção do culto e a direção dos grupos e programações da igreja ficam nas mãos de um grupo bem definido, sem muitas possibilidades para membros que têm condições de despontar como novas lideranças. Quando cristãos maduros e experimentados no Evangelho se engajam na plantação de uma comunidade cristã, deixam de ser "bons ouvintes", que simplesmente absorvem bem as pregações, para se tornarem bons líderes, que tem conteúdo e experiência para passar aos novos convertidos. Por isso a plantação de novas igrejas, congregações e pontos de pregação é a melhor forma de gerar novos líderes.

* Novas Igrejas envolvem novos cristãos

A plantação de igrejas promove não apenas a formação de uma comunidade cristã pela conversão de novos indivíduos, mas os envolve com mais intensidade no Caminho da Fé do que as megas e grandes igrejas. As igrejas em fase de implantação desafiam os novos convertidos a viverem intensamente a militância cristã e a visão de que pertencem a uma missão divina. Pesquisas mostram que novos cristãos mostram-se mais efetivos na evangelização em seus primeiros dois anos de conversão; um projeto de plantação de igrejas exploraria ao máximo o potencial desses novos convertidos, cultivando desde o inicio uma cultura saudável de militância e seriedade no seio da igreja nascente.

* Novas Igrejas desafiam as igrejas existentes

Quando a plantação de uma nova igreja gera frutos, formando uma comunidade cristã dinâmica, saudável, piedosa e relevante, ela desafia as igrejas já estabelecidas na região a um repensar teológico e estratégico, promovendo a revitalização de outras igrejas. A possibilidade de que haja igrejas teologicamente saudáveis e mesmo assim dinâmicas e relevantes, gera reflexão para as igrejas já estabelecidas que apesar de subscreverem a mesma fé (e as vezes, a mesma confissão e constituição) não tem a mesma relevância e dinamismo das novas igrejas. Desta forma, gerando um um ciclo virtuoso de plantação e revitalização de igrejas.

Comentário final: É por estes motivos que creio na plantação de igrejas locais como um elemento fundamental para a saúde e perpetuação do corpo de Cristo, a Igreja, na história e no nosso país. Porém é necessário enfatizar que a plantação de novas igrejas não deve se basear em "métodos de crescimento de igreja" ou em uma suposta "integração cultural". A piedade, a boa pregação e o engajamento social devem guiar a igreja. A igreja deve ser relevante à cultura-sociedade que ela está, o que é diferente de compactuar com a cultura. Se você é presbítero, exerce algum cargo de liderança em alguma igreja ou mesmo um pastor com tempo disponível, pense na possibilidade de abrir um ponto de pregação ou mesmo uma congregação, que seja missional e teologicamente saudável. É fundamental para o Reino e sempre redundará para a glória de Deus.

                       Curso de Plantação de Igrejas / Bispo Josep Rossello

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